sábado, 19 de março de 2011

o profundo silêncio das manhãs de domingo

pregaste-me ao chão com todos os pregos que tinhas na mão. repugnante feito. és tão incapaz!

para a próxima faz pontaria e acerta no coração. talvez assim, a minha dor vagueie sozinha, estou cansado de a levar pela mão. fumo cigarro atrás de cigarro. whisky, suave, amadeirado, envelhecido... procuro preencher o espaço que é teu, mas que já não satisfazes. odeio sentir a tua falta. a cama tornou-se apertada, gélida, vive na agonia de não te ter por mais uma noite. sentado no canto, junto à janela, reclino a cabeça na parede. percorro quilómetros tentando fugir da tua imagem que me rasga a alma. transpiro o sangue que ferve dentro de mim. adormeço.

(carimbaste-me a pele e eu nem dei por ela)

1 comentário:

  1. a forma como escreves: adorei. consigo sentir aquilo que transmites através das tuas palavras! parabéns.

    ResponderEliminar